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Copa do mundo #2: Peru, uma surpresa na copa e na tecnologia

Copa do mundo Umbler 2018

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O segundo post da série “Copa de Tecnologias” vai falar sobre o Peru, país da América Latina que foi a grande surpresa dessa copa do mundo. Confira também o primeiro post: Copa do mundo: o que sabemos sobre a Rússia e suas tecnologias?

É uma quarta-feira qualquer. O Peru está jogando a repescagem para a Copa do Mundo contra a Nova Zelândia. Os fãs se agarram nervosos às suas bandeiras e outros objetos trazidos para encorajar sua equipe. É o último esforço para estar dentro. Dentro de uma copa que não jogam há 36 anos. Desde a Espanha em 1982, com uma participação tímida, três jogos disputados, dois empates e uma derrota. Mas no dia 15 de novembro, todos os peruanos tiveram um sonho: estar de volta a jogar uma copa do mundo. Dessa vez na Rússia. E esse sonho foi possível graças aos gols de Jefferson Farfán, aos 27min. do primeiro tempo, e Christian Ramos, aos 19min. do segundo tempo. Os dois gols da vitória, que garantiram a classificação do Peru na Copa do Mundo de 2018.

No dia seguinte todos os peruanos voltaram a trabalhar como em qualquer outro dia, mas orgulhosamente vestindo a camisa de sua equipe nacional e com um imenso sorriso em seus rostos. O Peru preparava as malas para ir para a Rússia.

A tecnologia que ajudou o Peru a se classificar

O último time a se qualificar para a copa. A caminho não foi fácil.
Essa grande surpresa tem sido possível devido ao pequeno segredo que mantém a equipe peruana e que os ajudou a melhorar o desempenho dos jogadores. Alguns anos se passaram desde que a equipe decidiu, em 2015, fazer uso da tecnologia para atingir essa meta ambiciosa: ir à Copa do Mundo. Existem três tecnologias que eles usam em seu treinamento diário.

Seu nome simples e sua eficácia infalível. O Wyscout é uma plataforma projetada para times profissionais de futebol, que coleta informações, armazena em um banco de dados e, finalmente, converte tudo em estatísticas. Com uma olhada, você pode descobrir novos talentos, planejar melhores combinações, avaliar erros e fortalecer os pontos fortes de cada jogador, reduzindo os pontos fracos. Além disso, possui uma extensa e atualizada base de dados das primeiras e segundas ligas do mundo em vídeos e reportagens, para analisar como as melhores estrelas do futebol mundial se desdobram no campo de jogo. Em suma, é o maior banco de dados de futebol do mundo. Times como o Real Madrid, Borussia Dortmund, a Juventus, Corinthians ou Boca Juniors já usam.

E o Peru tinha que apostar como os grandes.

Outro software que serviu à equipe branco-vermelho é a tecnologia de rastreamento de vídeo (Video Tracking), que permite que cada jogador siga individualmente enquanto joga no campo. Isso permite criar um banco de dados sobre cada jogador, lançando informações sobre seu desempenho, os pontos fortes ou aqueles em que o treinador ainda precisa trabalhar.

Finalmente, outra tecnologia que serviu para melhorar o desempenho e a qualidade do jogo foram os coletes com tecnologia GPS, que permitem acompanhar e calcular o exercício físico do jogador, as transferências e os quilômetros percorridos e o desempenho final de cada um. Esta informação é muito valiosa para o treinador que pode saber de relance quais são os jogadores mais necessários para cada estratégia do jogo. E o mais importante, serve para comparar o desempenho de jogadores de outros continentes para entender melhor quais são as habilidades de cada um.
Porque não há nada mais eficaz do que conhecer bem o adversário.

Inovação tecnológica no Peru

Na verdade, o Peru é um país um pouco atrasado em termos de avanços em Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI). O World Innovation Index coloca o Peru na 70ª posição, apenas um posto atrás do Brasil.

Fonte: Taringa

O governo propôs investir neste setor como forma de promover o desenvolvimento econômico da região e aumentar seu PIB. Para isso, implementou uma cooperação com o vizinho Chile através de um programa de ação para 2022, no qual juntos se comprometem a desenvolver e fortalecer sua competitividade nesses campos.

Até o momento, o órgão governamental responsável é o Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação Tecnológica (CONCYTEC), que triplicou o investimento em inovação até 2021, com o qual espera investir cerca de 1500 milhões de soles (1715 milhões de reais) em fundos para ciência, tecnologia e inovação. E com isso espera-se um aumento de 0,5 a 1,5% do PIB para os próximos anos.

Além disso, o Peru faz parte do Fórum LAB4 +, que conta com cerca de 300 participantes dos quatro países da Aliança do Pacífico (Peru, Colômbia, México e Chile). Juntos, eles pretendem incentivar e desenvolver a criação de capital entre os empreendedores nacionais por meio da promoção da CTI.

No ano passado, o setor de tecnologia faturou mais de 4,7 bilhões de dólares no Peru. Graças aos impulsos e suportes deste tipo, calcula-se um crescimento anual de 10%. Até agora, o setor bancário tem sido o setor que liderou a dinâmica e a incorporação do CTI, seguido pelo varejo e pela indústria de mineração (a indústria mais forte do país). Sem ficar para trás, os setores de saúde e educação começam a investir mais em tecnologia por meio de diversos projetos promovidos pelo governo.

O crescente investimento em software

O setor privado começou a investir em software e infraestrutura tecnológica, razão pela qual o Peru deverá dar um importante salto tecnológico nos próximos anos. A indústria tem várias associações promotoras de iniciativas privadas, junto com a ajuda do governo da CONCYTEC, entre outras muitas, que estão apoiando o crescimento no CTI:

  • ApeSoft. É uma entidade privada que surge para promover a indústria nacional de software. Composto por 300 empresas peruanas que geram 80% do software e representam cerca de 300 milhões de dólares por ano para o país.
  • CITESoftware. Faz parte do ApeSoft e promove o desenvolvimento e a inovação tecnológica da indústria de software peruana, tornando as cadeias produtivas de software mais produtivas e competitivas. Para fazer isso, é responsável por promover projetos de I + D + I, treinamentos, eventos, etc.
  • Cluster LimaTech. Reúne empresas de software dedicadas à consultoria, terceirização de serviços, desenvolvimento de software e marketing. Seu principal objetivo é consolidar esse cluster e fortalecer sua competitividade internacional.

Além disso, dessas numerosas iniciativas e programas, o governo peruano lançou a Lei No. 30309, responsável por incentivar e promover a pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e a inovação para obter um impacto positivo sobre a competitividade das empresas peruanas.

Segundo dados do El Comercio, existem atualmente cerca de 380 empresas de software, embora grande parte dos produtos sejam exportados.

Fonte: El Comercio (Peru)

Inovações “Made in Peru”

Atualmente, o Peru pode contar com algumas inovações e invenções peruanas que podem mudar nosso estilo de vida nos próximos anos. A maioria é dirigida por empresas privadas e em colaboração com universidades, que contam com apoio financeiro do governo por meio de concursos ou convocações.

  • Robotman: um robô projetado para vigilância de segurança. A transformação tecnológica e a inteligência digital poderiam colocar em risco a posição dos guardas de segurança que no futuro poderiam ser substituídos por robôs. O Robotman é um robô de patrulha que lida com as tarefas de vigilância mais rotineiras, graças a uma câmera de 360º que envia imagens em tempo real. O robô já se tornou referência na robótica móvel de todo o país.
  • Infodrive: um hardware e software que permite monitorar o gerenciamento dos motoristas de ônibus, evitar acidentes, melhorar os hábitos de direção e controlar onde o veículo está em todos os momentos. A invenção combina tecnologia que já é comercializada como sistemas GPS e AWS, com um software inovador que possibilita esse monitoramento em tempo real e o armazenamento de dados.
  • Waira Energía: empresa peruana que desenvolve tecnologias sustentáveis de mobilidade e energia a partir do sol e do vento. Sua última contribuição foi um ônibus elétrico com velocidade máxima de 60 km/h e 80 km de autonomia. Este transporte público urbano reduz o consumo de combustível, evita o ruído, não polui o ar e é adaptado para pessoas com deficiência.
  • Qaira Drones: drones robustos que são projetados para funcionar nas condições adversas da mineração, a principal indústria do Peru. Os drones são totalmente autônomos e seu trabalho é monitorar a qualidade e a poluição do ar, preparados para trabalhar a mais de 5 mil metros de altura. O drone tem um hangar onde ele mesmo retorna quando a bateria está fraca.

10 curiosidades sobre o país

  • A origem do nome do Peru é um mistério, ainda que a versão mais difundida afirma que vem do nome de um cacique do sul do Panamá, chamado Birú. Os espanhóis, após sua chegada, começam a falar de Pirú, referindo-se a esta rica terra que ficava perto do Panamá.
  • Outro fato peculiar deste país é que a civilização de Caral, localizada a poucos quilômetros da costa norte de Lima, é considerada a mais antiga da toda a América. Ela foi desenvolvida entre o ano 3000 e 1700 a.C. aproximadamente e era uma sociedade contemporânea complexa da época das pirâmides do Egito.
  • Atualmente o espanhol é a língua oficial do estado, enquanto as línguas co-oficiais são o Quéchua, falado por 15% da população, e o Aymara, falado por 2%.
    As ruínas de Machu Picchu, localizadas a 2.700 metros de altura, foram descobertas em 1911 pelo arqueólogo e historiador americano Hiram Bingham. É curioso que muitos historiadores tenham passado muito perto delas antes de Bingham, mas ninguém as viu. A propósito, Machu Picchu significa em Quechua “montanha velha”.
  • No Peru, existem mais de 100.000 sítios arqueológicos, mas apenas 12 são considerados patrimônio histórico da humanidade pela UNESCO. Embora seja calculado, muitos outros ainda precisam ser descobertos.
  • Existe uma controvérsia entre o Chile e o Peru sobre a origem do pisco. De fato, o nome desse conhaque vem de Pisco, uma cidade peruana localizada ao sul de Lima e reconhecida mundialmente por ser a produtora desse licor.
  • No Peru existem mais de 3000 tipos de batatas. De fato, a própria batata é nativa deste país andino.
  • A bebida mais popular no Peru não é Coca-Cola, mas Inca Kola. Seu sabor é peculiar, mas mais característico é a sua cor fosforita amarela. Como a gigante Coca-Cola não conseguiu competir com ela nem comprar a marca, ela adquiriu 49% das ações por 300 milhões de dólares em 1999. Sem dúvida, é o sabor mais peculiar do Peru.
  • O Peru tem sua própria raça de cão e é um dos mais antigos do mundo. As mais antigas representações deste cão datam de 300 a.c. Seu nome é Viringo, também conhecido como cão sem pêlo, e desde 2001 é considerado patrimônio nacional do Peru.
  • Se alguém convida você a beber um mate no Peru, provavelmente significa um chá de coca. Esta bebida é altamente recomendada, especialmente para combater a doença de altitude ou Soroche, e é feita a partir das folhas da planta. A concentração de cocaína na folha é muito baixa, mas ela pode ser detectada em um teste antidoping.

Quer saber mais sobre os países que vão participar da Copa do Mundo de 2018 e suas tecnologias? Então fica de olho aqui no blog que toda semana terá um post novo com curiosidades dos principais países competidores.

Quer saber mais sobre as principais tecnologias, pessoas influentes na área e história da tecnologia na Russia, Uruguai, Brasil, Espanha, Inglaterra, Austrália, Argentina, Alemanha, Nigéria e Polônia? Então ouça também o Umblercast sobre Copa de Tecnologias, disponível em nosso SoundCloud e iTunes.

Conhece o Peru e tem muita história pra contar? Comenta aqui, nós vamos adorar saber sobre essa aventura.

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