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Mercado de desenvolvimento web: panorama 2016 e expectativas 2017

Mercado de desenvolvimento web: panorama 2016 e expectativas 2017

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Extra, extra! Vagas em TI permanecem em alta, mesmo com a crise!

É manchete em portal de notícias, é pauta na TV, é anúncio nas redes sociais. A automação das indústrias, a evolução das redes, a digitalização de processos, a necessidade de ampliar o uso da tecnologia em empresas de qualquer área de atuação (e tantas outras obviedades que você já sabe), continuam apontando um cenário favorável para aqueles que escolheram áreas de atuação tecnológicas.

Porém, ao mesmo tempo que o cenário aparenta-se totalmente favorável para profissionais da área, a realidade de quem procura por eles não anda assim tão tranquila. É o que aponta o Networking Skills in Latin America, estudo que analisa a oferta e demanda de habilidades técnicas na área da tecnologia da informação. O fato é: a busca por profissionais qualificados está crescendo desproporcionalmente à disponibilidade destes no mercado. Somente em 2015, o Brasil teve um déficit de 195.365 especialistas qualificados e empregados em tempo integral, número que deve cair para (ainda preocupantes) 161.581, em 2019. E, pode acreditar, umas das áreas mais carentes é a da programação.

Considerando tudo isso, fica o questionamento: o quanto você, desenvolvedor, tem refletido sobre sua carreira? O quanto tem se atualizado e analisado sobre o que o mercado realmente necessita? E você, que ainda não está totalmente inserido na área, já sabe qual caminho deseja percorrer? Calma, não precisa responder todas essas perguntas agora! Nossa ideia é que você abra sua mente (e seu coração) e confira os resultados de uma pesquisa que realizamos em parceria com o trampos.co, uma das maiores plataformas de emprego, conteúdo e educação, focada nas áreas de tecnologia e comunicação.

Fomos em busca de todas as vagas relacionadas ao universo do desenvolvimento no último ano, considerando, principalmente, o desenvolvimento web (espectro mais explorado pela plataforma trampos.co). Nossa ideia é traçar um panorama do mercado de desenvolvimento web em 2016 e, junto com você, entender quais são as expectativas para 2017 – apontando insights e conteúdos que possam guiar suas escolhas e o desenvolvimento da sua carreira. Vamos lá?

Spoiler alert: no final desse post, você poderá conferir um infográfico com o resumo dos resultados do nosso estudo e, também, ter acesso ao material na íntegra (em PDF).

TL;DR

Analisamos 1236 oportunidades, publicadas ao longo de 2016, e consideramos um universo de 408 empresas (que ofertaram essas vagas). A partir desse contexto, chegamos a resultados como:

  • Entre os tipos de vaga mais incidentes para web estão aquelas destinadas a desenvolvedores Full Stack, ou seja, que tenham conhecimentos tanto de Front-end, quanto de Back-end. Com relação a mobile, a maioria das vagas buscadas não especifica o tipo de profissional que procura;
  • Entre as skills mais buscadas, se destacam principalmente as relacionadas a Front-end. Na ordem de demanda estão JavaScript, seguido de HTML, CSS, PHP e, claro, inglês.
  • Entre as oportunidades com maiores salários estão aquelas para desenvolvedores Java. Também aparecem no ranking vagas para programadores Ruby, iOS & Android, Python, .NET e PHP;
  • As vagas presenciais ainda são muito mais incidentes do que as remotas – demonstrando que a ideia de times distribuídos ainda aparenta ser baixa;
  • Com relação ao perfil das empresas que mais abrem oportunidades na área de desenvolvimento estão, em ordem respectiva, agências, startups e empresas de grande porte.

Tipos de vaga mais buscados

Você já deve ter ouvido falar sobre multidisciplinaridade, essa palavrinha meio complicada, mas tão amada pelo mercado de trabalho. Seja em pequenas empresas, em startups, ou até em grandes agências, a busca por profissionais que sejam capazes de transitar entre mais de uma área de conhecimento é muito grande, não somente pelo aumento de equipes enxutas, mas, também, pela rápida transição tecnológica e a necessidade de diferenciar ofertas de serviço. É nesse cenário que vem se destacando o chamado desenvolvedor Full Stack, aquele capaz de colocar a mão na massa no Back-end (solucionando questões de servidor, banco de dados, modelagem, estruturação de dados e implementação) e no Front-end (projetando interfaces e UX).

Um profissional multi, com skills diversas que tenha um olhar sobre o todo, uma visão integral sobre projetos. A demanda por esse especialista se destaca em nossa pesquisa, aparecendo em 48% das vagas destinadas a desenvolvimento web – seguida das voltadas a desenvolvedores Front-end (32%) e Back-end (16%). Trata-se de uma tendência global, como podemos visualizar também no relatório anual publicado pelo Stack Overflow. No último ano, desenvolvedores que se autodenominam Full Stack aparecem no topo do gráfico sobre ocupações.

Ainda que existam diversas discussões sobre o verdadeiro escopo de trabalho de um desenvolvedor Full Stack é consenso que profissionais desse tipo precisam ter um perfil de iniciativa e curiosidade – motivados não só por essa falta de alinhamento sobre a função, que tende a mudar bastante conforme o contexto de trabalho, mas principalmente pela falta de formação específica. Ser Full Stack é sinônimo de ser autodidata, até porque não existem cursos formais para essa especialidade e há uma necessidade de aprimoramento e atualização constantes. Esse processo de melhoria contínua, no entanto, apesar de estar guiado no múltiplo, também precisa estar focado no aprofundamento de skills específicas – é isso que definirá, realmente, um bom profissional Full Stack.

A multidisciplinaridade aparece também quando partimos para o cenário do desenvolvimento mobile. Aliás, a necessidade de habilidades de programação multiplataforma ultrapassa a razão dos números. O fato da maioria das vagas destinadas a mobile (39%) não possuir especificações sobre os profissionais, indica que a busca por desenvolvedores que transitam entre diferentes sistemas operacionais é maior do que aquela por programadores com conhecimentos específicos. Essas, aliás, empatam em nossa análise: 25% das vagas são para desenvolvedores iOS, mesmo índice para desenvolvedores Android. Em apenas 9% dos casos especifica-se, realmente, a procura por profissionais que dominem ambas as plataformas.

A busca por profissionais híbridos (Full Stack) aparece como principal resultado no quesito tipos de vagas mais buscados. Foram 1224 oportunidades analisadas.

Desenvolvimento web

  • 496 vagas Full-Stack;
  • 336 vagas Front-end;
  • 167 vagas Back-end;
  • 24 vagas sem especificação;

Desenvolvimento mobile

  • 52 vagas sem especificação;
  • 34 vagas iOS;
  • 33 vagas Android;
  • 12 vagas iOS + Android;

Skills mais procuradas

Dentro dos diferentes tipos de desenvolvimento, algumas habilidades acabam se destacando mais do que outras, seja pela capacidade de resolução de problemas, por serem base para outros conhecimentos ou pelas demandas de desenvolvimento de produtos específicos. Em harmonia com os resultados sobre tipos de vagas, quando adentramos o universo das skills, podemos notar que habilidades Front-end aparecem em destaque – ainda que algumas mais ligadas a Back-end e a mobile também estejam presentes.

Com relação a linguagens de programação, JavaScript aparece no topo da lista das skills mais requisitadas (67% das vagas). E, não é para menos: trata-se da linguagem mais popular do mundo, segundo estudo da RedMonk – em um cruzamento de dados de popularidade do Stack Overflow e do GitHub. Atualmente, 94,4% de todos os websites do mundo utilizam a tecnologia, e, ainda que seja uma linguagem de scripts, predominantemente utilizada no front-end, demonstra-se mais propensa de ser utilizada por desenvolvedores back-end do que qualquer outra. Tecnologias ligadas a JavaScript também aparecem em nosso estudo, como a biblioteca jQuery e o framework AngularJS.

Seguindo o ranking de popularidade da RedMonk, outras linguagens aparecem na lista das mais buscadas, como PHP, .NET e Java, por exemplo. Linguagens de marcação, consideradas básicas para qualquer vaga Front-end, como HTML e CSS, aparecem em destaque, sendo requisitadas em 56% e 54% das vagas, respectivamente.
Ranking de popularidade de linguagens de programação
Ainda dentro do cenário Front-end, skills como Bootstrap e Photoshop também são bastante procuradas, assim como habilidades para execução de aplicações responsivas. Porém, independente do tipo do nível e modelo de vaga uma das competências que aparecem no top 5 é o inglês – que muita gente costuma brincar: é a mais importante linguagem de programação. Além do inglês ser a base da maior parte dos conhecimentos técnicos, é preciso considerar a importância de participar de grupos de discussão, do acesso a documentações originais e da internacionalização de diversas empresas do ramo tecnológico no país. So, learn (and pratice) english as fast as you can.

Com relação as habilidades mais requisitadas, as relacionadas ao universo Front-end são mais recorrentes nas vagas analisadas.
  1. JavaScript
  2. HTML
  3. CSS
  4. PHP
  5. Inglês
  6. jQuery
  7. AngularJS
  8. Bootstrap
  9. Photoshop
  10. Design responsivo
  11. .NET
  12. Linux
  13. Java
  14. MySQL

Os maiores salários

Um dos índices que mais provocam curiosidade e, claro, um dos que mais ajudam na definição de caminhos a serem seguidos no mercado do desenvolvimento: o salário. É comum que anualmente saiam pesquisas que revelam as melhores remunerações da TI e, aqui, não será diferente. Analisando as 1224 vagas para desenvolvedores em 2016, chegamos aos seguintes indicadores:

  1. Java: R$8309
  2. Ruby: R$7595
  3. iOS & Android: R$ 7458
  4. Android: R$ 7382
  5. Python: R$7350
  6. iOS: R$6375
  7. .NET: R$5779
  8. PHP: R$4878

É consenso que as linguagens de programação com maiores remunerações tem como base a versatilidade, atualização constante, grandes cases de sucesso e, claro, a capacidade de solucionarem desde pequenas questões a problemas altamente complexos. É o que podemos notar em rankings como o do Stack Overflow, do Business 2 Community e aqui, em nossa pesquisa.

Java aparece no topo da lista – e, mesmo parecendo redundante, é preciso relembrar que trata-se de uma tecnologia diferente de JavaScript, a skill mais requisitada. Não é apenas uma linguagem, mas também uma plataforma de desenvolvimento. A tecnologia é conhecida pela adaptação aos mais diferentes tipos de dispositivos, sua larga escalabilidade, alta performance, grande confiabilidade e muita praticidade no desenvolvimento. É importante reforçar também sua utilização para desenvolvimento não só web, mas mobile, como aplicativos Android, por exemplo. Só pra se ter uma noção, trata-se de uma linguagem utilizada por cerca de nove milhões de desenvolvedores e executada por mais de sete bilhões de dispositivos em todo o mundo – não é pouca coisa, não é mesmo?

Abaixo dela, mas nem tão distantes, estão tecnologias como Python, uma linguagem marcada pela praticidade, pela aproximação com DevOps, e pelo desenvolvimento de alto nível (que vem crescendo muito em função do Big Data e é amplamente utilizada por empresas como o Google), Ruby, uma linguagem flexível, funcional e simples, e que tem sido bastante empregada por startups, por ser uma grande aliada da inovação e de entregas a curto prazo, além de PHP, um dos queridinhos da web, e .NET, que ainda é bastante valorizada. Expertises relacionadas a mobile, como iOS & Android também são muito valorizadas, principalmente quando aparecem juntas – relembrando a caça de profissionais cada vez mais múltiplos.

As oportunidades com os melhores salários exigem, em sua maioria, conhecimentos em tecnologias para desenvolvimento Full Stack.

Oportunidades remotas vs. presenciais

Buscando entender os modelos de trabalho de um desenvolvedor web, analisamos os formatos apresentados nas vagas publicadas. 91% das oportunidades eram específicas para trabalhos presenciais, ou seja, não disponibilizavam a modalidade remota. Isso demonstra que a ideia de times distribuídos, e de pessoas trabalhando em locais diferentes, aparentemente ainda não é tão popular quanto se imagina. Essa estatística também acompanha uma tendência mundial. De acordo com o relatório do Stack Overflow, apenas 12% dos respondentes trabalha full-time remotamente.

Considerando o cenário de escassez de profissionais que se desenha para os próximos anos, a oferta de trabalho remoto pode ser um grande diferencial para empresas na atração de talentos. De acordo com pesquisa da Wrike, 89% dos participantes afirmou que “trabalhar remoto” é uma das três principais vantagens de uma oferta de emprego, juntamente com salário e reputação. A possibilidade trabalhar longe de escritório também aparece na pesquisa do Stack Overflow: para 29% dos desenvolvedores Full Stack essa é uma prioridade.

  • Vagas presenciais: 1135
  • Vagas remotas: 101
A maioria das oportunidades destinadas a desenvolvedores web ainda é presencial, ou seja, a ideia de times distribuídos ainda parece ser baixa no país.

Perfil das empresas contratantes

Por fim, e não menos importante, a intenção de mapear os tipos de empresa que buscam desenvolvedores demonstrou-se importante para, além de compreender todos os resultados anteriores, guiar profissionais que estejam em busca de boas oportunidades na área. Ao entender quem busca é mais fácil adaptar expectativas e alinhar as necessidades específicas de cada negócio.

Foram 408 empresas analisada e o perfil que mais se destacou em nossa análise não poderia ser outro: agências. 50% das vagas eram requisitadas por agências, sejam agências tradicionais, agências de grande porte e agências ditas startups. Esse índice está relacionado à quantidade de cargos de desenvolvimento web e mobile, duas atividades que fazem cada vez mais parte do mix de serviços das agências. De acordo com o Panorama das Agências Digitais 2017, 16,4% das agências já se especializam em tecnologia, e 63,9% afirmam produzir landing pages, fazendo necessárias as contratações de profissionais web.

Startups e empresas de grande porte também aparecem como perfil de negócio que requisitam profissionais web, representando 38% e 12% das oportunidades, respectivamente. Mesmo considerando um recorte das 1236 vagas publicadas no site trampos.co, uma plataforma focada no mercado de agências e startups, tais indicadores demonstram fortemente uma tendência de mercado.

A maior parte das vagas para desenvolvedores web, em 2016, foram requisitadas por agências, de diferentes tamanhos, mas também por startups e empresas de grande porte.
  • Vagas requisitadas por agências: 153
  • Vagas requisitadas por startups: 139
  • Vagas requisitadas por empresas de grande porte: 42
  • Vagas requisitadas por agências de grande porte: 30
  • Vagas requisitadas por agências startups: 24
  • Vagas requisitadas por startups de grande porte: 20

Esses dados não dão conta somente do cenário de desenvolvimento web em 2016, mas também sobre como esse contexto vem caminhando e se desenhando para esse próximo ano. A ideia é estimular que profissionais do desenvolvimento mantenham um olhar focado no mercado e alinhem suas demandas e vocações.

Agora que você já sabe quais são as tendências do mercado de desenvolvimento, que tal refletir sobre sua atuação e responder as questões que propomos no início desse post? Certamente, agora, ficará mais fácil. Não deixe de fazer esse exercício, é graças a pessoas como você que o mercado evolui 🙂
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Infográfico sobre mercado de desenvolvimento web

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